segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Procissão dos Mortos


Por volta de mil e setecentos, uma idosa tinha o hábito de ficar durante a noite à janela. Certa noite, avistou uma estranha movimentação de pessoas na rua onde morava. Estas avançavam lentamente e em silêncio com seus trajes brancos e com uma vela acesa na mão.

A senhora estranhou tal cortejo religioso, visto ser presença assídua na igreja e não ter ouvido nada relacionado com a procissão. Cada vez que o cortejo se aproximava, a confusão era cada vez maior, visto que não conhecia nenhum dos integrantes da procissão.
De repente, uma das pessoas saiu da procissão e dirigiu-se à idosa. Entregou-lhe uma vela dizendo-lhe que a deveria devolver na noite seguinte.
Na manhã seguinte, a idosa levantou-se e ao olhar para a vela deparou-se com dois ossos, um de adulto e outro de criança. Horrorizada esta começou a rezar esperando ansiosamente pela noite.
Um pouco antes da meia-noite, a idosa, trémula de medo, devolveu os dois ossos e duas velas à figura embuçada que lhe apareceu diante da janela. Antes de regressar à procissão a figura disse à idosa “Que te sirva de lição, pois a procissão das almas não é para ser vista pelos viventes.”


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